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Em gravações para novo livro, fotógrafo da natureza Hudson Garcia destaca belezas do Rio Sucuri

Atualizado: 27 de set. de 2020

Hudson é famoso por cliques raros da natureza selvagem e está trabalhando em um material sobre a Serra da Bodoquena


A Serra da Bodoquena está sendo retratada de uma forma exclusiva e deslumbrante pelas lentes do fotógrafo de natureza Hudson Garcia, que trabalha na elaboração de um livro sobre a região. O Rio Sucuri foi cenário de um desses ensaios e encantou por sua variedade de cores e vida.



“O Rio Sucuri tem uma particularidade que é a riqueza paisagística. Ele é riquíssimo em fauna, tem muitos peixes, têm outros animais, que com sorte o cidadão pode ver, uma anta, uma lontra, uma ariranha e até a própria sucuri. Ele é um verdadeiro aquário natural. A riqueza da vegetação que você vê na nascente é uma coisa realmente estupenda. Quando você pega aquela luz entrando pelo rio, o brilho que da na areia, aquelas cores, hora verde, hora azul, é uma coisa incrível”.


No atrativo, Hudson destacou a hospitalidade dos funcionários e proprietários, que foi fundamental para conseguir cliques elaborados. “Todo esse apoio é fundamental, porque é aí que você tem liberdade criativa para correr atrás de uma imagem diferente, uma imagem mais difícil. Quando se tem uma certa pressão de tempo, ou coisas do tipo, as vezes o trabalho não flui tão bem e ali eu pude instalar o equipamento que tira fotos quando um animal se movimenta perto da câmera, tive todo o tempo que precisei, muito bacana”, detalha.



Sobre o livro, que vai destacar as particularidades da Serra da Bodoquena, Hudson promete um conteúdo exclusivo, que mescla fotos, textos explicativos sobre espécies e particularidades da região e pinturas, feitas por artistas locais, que narram lendas como a do Sinhozinho – líder messiânico que viveu no município por volta de 1940 e teria prendido uma serpente gigante em uma das cavernas de Bonito - e a das 700 Luas – que narra à história de uma jovem índia terena, que se apaixonou por um homem branco e fugiu com ele em uma canoa pelo Rio Formoso, onde ambos foram mortos. O sangue dos dois seria o responsável por tornar as águas do rio cristalinas.




É difícil destacar uma coisa em Bonito, porque cada lugar que a gente vai tem uma beleza diferente, uma característica diferente. Mas algo que eu destacaria é a pluralidade de biomas daqui. Por exemplo, você vai para a Floresta Atlântica esperando uma característica já de floresta atlântica, aquela mata, aquela umidade, aquela floresta exuberante, alguns animais, mas é mais ou menos aquilo ali. Você chega a Bonito e se surpreende, porque vem sabendo das cavernas e sabendo dos rios de água translúcida, por vezes azul, por vezes verde e você vem mais ou menos esperando isso, só que você chega aqui e encontra a junção de três biomas magníficos - Floresta Atlântica, Cerrado e Pantanal. Então para onde você olha tem bicho. Tem cavernas espetaculares com água que vai do azul ao verde, tem os parques e cachoeiras e quando acha que não pode ficar melhor, entra num rio e faz uma flutuação e fica impressionado. Para um fotógrafo da natureza é um paraíso, que chega a nos deixar perdidos com tantas opções”, descreve Hudson.


O livro ainda está em fase de produção e conforme Hudson, deve ter uma versão prévia vendida aos atrativos para custear a produção. “Eu quero fazer esse livro com apoio da iniciativa privada e para viabilizar a publicação eu estou tentando parcerias com alguns passeios, vendendo parte da publicação adianta para eles, que vão adquirir os livros a preços promocionais”.



Hudson destacou que a produção vai abranger os municípios de Bonito, Jardim, Guia Lopes e o Parque Nacional da Serra da Bodoquena. “Eu já tinha vontade de fazer um livro do Pantanal e quando eu parei aqui mudei um pouco. Pantanal é muito grande, merece um livro muito bonito também, mas é mais trabalhoso para fazer um levantamento fotográfico, porque pega desde o MS até MT e parte do Paraguai. A logística fica muito complicada e essa região de Bonito, Serra da Bodoquena é tudo concentrado. È o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Bonito, Jardim, Guia Lopes e ficando em Bonito eu tenho uma infinidade de coisas para registrar a uma curta distancia, por isso resolvi optar por trabalhar aqui”, detalha.



O fotógrafo finalizou a entrevista parabenizando os moradores e poder público de Bonito por conseguir manter as belezas naturais preservadas, mesmo aliado ao turismo. “A gente tem que tirar o chapéu para o povo de Bonito, porque conseguir diante a tantas pressões econômicas e tudo mais, manter essa riqueza. Acho que num país como o nosso, uma cidade manter riqueza biológica e gerar renda para a população com o turismo ecológico, como o meio ambiente, de forma responsável, é lógico que problemas sempre vão existir, mas eu acho que a gente tem que tirar o chapéu, porque não é uma coisa fácil de conjugar.



E é aquela coisa que especialistas sempre dizem - É muito difícil você ter conservação se você não tiver um interesse pessoal nisso, por parte da população que reside no local - se você não tem o engajamento de quem está na fonte, a coisa não anda”.





“Eu me concentrei em fazer externas de barco e é engraçado que quando eu mostro as imagens, a primeira pergunta que o pessoal faz é: Mas aqui tem photoshop né? Porque não acredita que aquelas cores são reais”.







“É justamente a transparecia, aliada a vegetação que da cor ao rio, hora verde, hora azul. Sem duvida nenhuma eu acho que o Rico Sucuri deve estar no topo da lista de qualquer um que visitar Bonito”

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