O Rio Sucuri foi mais vez, palco de artista locais durante uma exposição, organizada pelo próprio atrativo, onde dois nomes da cultura bonitense tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos para os visitantes. Hemerson J. Silva, ou apenas J. Silva apresentou seus quadros, baseados nas belezas da Serra da Bodoquena, registradas por meio da pintura em espatulado, enquanto Emar Medeiros Muller encantou com suas esculturas feitas em madeira, ricas em detalhes e que retratam também, a fauna e as crenças de Bonito.
J. Silva finalizou um de seus quadros, o retrato de um indígena em cores vibrantes, durante a exposição, encantando o publico. A obra não chegou nem a ir para o mostruário, sendo vendida no mesmo dia.
Medeiros também apostou no trabalho ao vivo, que já é uma característica marcante em sua carreira. Ele que já participou de exposição fora do Estado, representando Bonito e Mato Grosso do Sul durante uma oficina de Arte em São Paulo, apostou em um símbolo bonitense para atrair os olhares dos visitantes, esculpindo um Dourado, sendo segurado por uma mão.
O destaque do trabalho de Medeiros é a técnica em esculpir com o moto-serra. “Os traços iniciais, a forma do objeto mesmo, eu faço tudo com o moto-serra. O formão eu utilizo já nos acabamentos”.
Embora bastante talentoso, não vive exclusivamente das esculturas e a exposição, foi para ele uma oportunidade de reviver seu trabalho. “Alguns empresários participaram da exposição, o que me rendeu boas propostas de trabalho. Estou bem feliz com o resultado e grato ao Rio Sucuri pela oportunidade e pelo reconhecimento”, reforçou.
Já J. Silva é um artista novo, que começou a arriscar os primeiros traços em 2014, como uma forma de distração nos tempos vagos, que se apaixonou pelo movimento impressionista, tendo como inspiração o artista Monet e escolheu as espátulas para manifestar sua arte. Autodidata, J. Silva aprendeu com livros e vídeos, como dominar a técnica e buscou artistas contemporâneos que pudessem auxiliar nesse trabalho.
“Hoje tem um cara no qual eu me inspiro muito, chamado Cido Oliveira, que faz trabalhos espatulados. Eu conversei com ele, já fiz algumas aulas pela internet, e acompanho sempre o trabalho dele nas redes sociais”, detalha J. Silva.
Embora seja morador da Capital do Ecoturismo do Brasil há mais de 20 anos, J. Silva ainda não tinha retratado Bonito. “Nesse processo de aprendizagem, acho que foi mais fácil pintar algumas paisagens consagradas, como Paris, por exemplo, mas aí o Fernando Peres, que já faz um trabalho maravilhoso com as lentes, viu as minhas telas e me propôs uma parceria. Ele me trouxe algumas fotos dele e eu tentei pintá-las. O resultado ficou muito legal. Aí decidi começar a fazer uns passeios, visitar os atrativos, para ter uma inspiração real e descobri meu estilo. A natureza, o campo, os rios, com certeza é o que eu mais gosto de pintar”, explica.
A pintura, embora uma paixão, ainda não é, e segundo J. Silva, não tem a pretensão de ser, a forma de sustento da sua família. “Eu trabalho, sou Guarda Municipal, e pinto nas horas vagas, finais de semana e a noite. Eu vendo alguns quadros, principalmente para pessoas que já me vem me procurar para registrar uma paisagem específica, por exemplo – o filho tem uma foto do sitio que foi do pai, do avô e quer fazer um quadro dela, porque tem valor sentimental – aí eu faço a partir da foto. Mas nunca parei para expor meu trabalho, esta será a primeira vez”, afirma a J. Silva, ao se referir da parceria que fez com o atrativo Rio Sucuri.
Por intermédio do fotografo Fernando Peres, que já trabalha com imagens do Rio Sucuri há algum tempo, o atrativo vai ceder espaço para que algumas telas de J. Silva fiquem expostas. “Essa parceria com o Rio Sucuri, essa oportunidade de expor meu material, vai ser muito positiva, porque através do passeio, o mundo pode conhecer o meu trabalho”, reforça.
Para conhecer um pouco mais do trabalho desses dois grandes artistas bonitenses, visite nosso atrativo.
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